José
Ezequiel
Freire de Lima
Ezequiel Freire,
foi dos mais
belos espíritos
que o Brasil
literário
produziu, foi
sem dúvida, o
poeta das
“Flores do
Campo”, que
mereceu de
Machado de Assis
referências e
elogios em
artigo de
crítica
literária, que o
inolvidável
mestre publicou
então sobre a
nova gente que
surgia no mundo
das letras.
José
Ezequiel Freire
de
Lima, nasceu no
dia 10 de abril
1850, na fazenda
'Boa Vista', em
Sant'Ana dos
Tócos, município
de Resende,
Estado do Rio de
Janeiro. Filho
do Capitão
Antônio Diogo
Barbosa Lima e
de D. Maria
Chrispiniana
Barbosa Freire,
neto paterno de
Diogo Barbosa
Lima e de D.Ana
Soares da Silva,
neto materno do
Comendador José
Manoel Freire e
de D.Maria da
Silva Soares. O
seu bisavô
Manoel Freire de
Campos, tronco
da família
Freire,de
Resende, era
natural de
Piracicaba, SP.
Iniciou-se como
cronista e poeta
em jornais e
revistas
fluminenses e
cariocas. Em São
Paulo,
bacharelou-se em
Direito,
dedicou-se à
magistratura,
sendo
inicialmente
Juiz de Direito
em Araras. Na
capital,
dedicou-se ao
magistério no
curso anexo da
Faculdade de
Direito.
Precursor do `Simbolismo´,
graças ao livro
'Flores
do Campo'(1874),
prefaceado por
Narcisa Amália,
seu grande amor
na juventude.
Ezequiel Freire,
é Patrono da
cadeira n. 20
da 'Academia
Paulista de
Letras' desde a
sua fundação em
1909.Também é
patrono da
'Academia
Fluminense de
Letras'. Era um
publicista de
alto mérito.
Resende no
século XIX, foi
um viveiro de
espíritos de
larga
envergadura,
tais como; Luiz
Murat(fundador
da Cadeira n.: 1
da Academia
Brasileira de
Letras) Luiz
Pistarini, Narcisa
Amália e, dentre
os mais
ilustres,José
Ezequiel Freire
de Lima, que,
apesar deu sua
breve
existência,
exerceu grande
influência no
pensamento
brasileiro de
seu tempo e
deixou
profundamente
assinalada a sua
personalidade
literária,
social e
política.
Foi um autêntico
e espontâneo
poeta, e um
escritor de
aptidões
multiformes. Mas
tanto no verso,
como na prosa,
manifestou um
profundo senso
de nosso meio e
um intrépido
amor às nossas
realidades.
Rompendo com a
obra de
imaginação do
romantismo e do
lirismo, que
dominavam em
seus dias, ele
embebeu-se no
seio de nossa
terra e de nossa
gente e colocou,
no fundo de
todas as suas
produções, temas
e motivos
nacionalistas,
integrando-se
nos problemas
ambientes, neles
tomando posição
definida e
própria e
combatendo pelos
seus ideais
através de suas
crônicas, de
seus contos, de
seus artigos de
doutrina, de sua
crítica e de
seus versos. O
'Correio
Paulistano' foi
o órgão de
imprensa em que
mais
assiduamente e
demoradamente
exerceu a sua
atividade, com o
brilho de seu
estilo fluente e
escorreito.
Escreveu também
para 'Província
de São Paulo',
para o 'Diário
Popular', em São
Paulo, e para a
'Gazeta de
Notícias' e
outros grandes
órgãos, no Rio.
Assinava também
com freqüência
variados
trabalhos nas
principais
revistas do
país.
Quer como poeta,
que estrelou com
as primeiras de
suas'Flores
do Campo',
que mereceu de
Machado de Assis
referências e
elogios em
artigo de
crítica
literária, que o
inolvidável
mestre publicou
então sobre a
nova gente que
surgia no mundo
das letras, quer
como prosador,
sua obra foi
eminentemente
construtiva,
pelo espírito
nacionalista que
lhe constituiu o
alicerce e que
dele fez uma
individualidade
definitiva e
própria.
Quando
analisava, em
estrofes
vibrantes, a
nódoa da
escravidão, era
para edificar a
economia da
nação nas bases
do trabalho
livre; e quando
se batia contra
as instituições
monárquicas, era
para fortalecer
a nossa formação
política com o
cimento
aglutinante das
nossas
liberdades,
fundamentais.
Foi um semeador
de grandes
sentimentos e
grandes idéias.
foi dos mais
belos espíritos
que o Brasil
literário
produziu.
Ezequiel Freire,
foi comparado
pelo grande
poeta da língua
portuguesa,
Ramalho Ortigão,
a 'Tourgueneff'
e 'Tolstoi',
pela intensidade
do colorido e
pela vibração do
sentimento local
recordados pelo
trechos da obra
desses
escritores
russos , sobre a
vida rústica dos
campos da Rússia
no tempo
czaristas.
Pelo colorido de
sua capacidade
descritiva e
pela beleza de
sua forma
literária, as
suas produções
marcaram uma
época de
elevação mental.
Depois de seu
passamento,
foram agrupados
em um volume,
intitulado 'Livro
Póstumo'
muitos de seus
contos e de suas
crônicas e de
suas críticas,
que o ilustre
poeta paulista
Wenceslau de
Queiroz
prefaciou, em
1910.
São, porém,
apenas algumas
centelhas e
jóias de seu
acervo
literário, que
um dia ainda
será reunido em
um só corpo,
dentro da
unidade de seu
pensamento
nacionalista, de
que foi um
ilustre
precursor em
nossa
literatura.
Seu excepcional
conto,
“Pedro Gobá”,
foi
considerado um
clássico sobre
o período
abominável da
escravatura em
nosso país.
Vivia recluso na
sua mansão da
Rua da
Consolação,em
São Paulo, entre
poucos amigos,
um jardim no
qual aclimatava
plantas
exóticas, vasta
biblioteca e
peças de arte
oriental.
Nos pulmões a
doença fatal.
Aos 41 anos,
pressentindo a
morte, foi para
o interior, a
procura de um
clima mais
salubre para a
sua doença
.Faleceu a 14
de novembro de
1891, em
Caçapava/SP,
onde está
enterrado. Em
1910 foi editado
o seu `Livro
Póstumo´de
contos e
crônicas.
Biografia :
http://www.genealogiafreire.com.br/ef_ezequiel_freire_index.htm
Pedro
Gobá :
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000092.pdf
Ezequiel
Freire e sua
grandiosa obra
literária:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do?select_action=&co_autor=67
Crítica de
Machado de Assis
sobre Ezequiel
Freire:
'A poesia do
Sr. Ezequiel
Freire não tem
só o lirismo
pessoal, — traz
uma nota de
humorismo e de
sátira; e é por
essa última
parte que o
podemos ligar ao
Sr. Artur
Azevedo. As `Flores
do Campo´,
volume de versos
dado em 1874,
tiveram a boa
fortuna de
trazer um
prefácio devido
à pena delicada
e fina de D.
Narcisa Amália,
essa jovem e
bela poetisa,
que há anos
aguçou a nossa
curiosidade com
um livro de
versos, e
recolheu-se
depois à turris
eburnea da vida
doméstica.
Resende é a
pátria de ambos;
além dessa
afinidade, temos
a da poesia, que
em suas partes
mais íntimas e
do coração, é a
mesma.
Naturalmente, a
simpatia da
escritora vai de
preferência às
composições que
mais lhe quadram
à própria
índole, e, no
nosso caso,
basta conhecer a
que lhe arranca
maior aplauso,
para adivinhar
todas as
delicadezas da
mulher. Dona
Narcisa Amália
aprova sem
reserva os
'Escravos no
Eito', página da
roça, quadro em
que o poeta
lança a piedade
de seus versos
sobre o
padecimento dos
cativos. Não se
limita a
aplaudi-lo,
subscreve a
composição. Eu,
pela minha
parte, subscrevo
o louvor; creio
também que essa
composição
resume o quadro.
A pintura é viva
e crua; o verso
cheio e
enérgico. A
invectiva que
forma a segunda
parte seria,
porém, mais
enérgica, se o
poeta no-la
desse menos
extensa; mas há
ali um
sentimento real
de comiseração.
Notam-se no
livro do Sr.
Ezequiel Freire
outros quadros
da roça. 'Na
Roça' é o
próprio título
de uma das
paginas mais
interessantes; é
uma descrição da
casa do poeta à
beira do
terreiro, entre
moitas de pita,
com seu teto de
sapé; fora, o
tico-tico remexe
no farelo, e o
gurundi salta na
grumixama; nada
falta, nem o
mugir do gado
nem os jogos dos
moleques:
O gado muge
no curral
extenso;
Um grupo de
moleques doutra
banda
Brinca o
tempo-será; vêm
vindo as aves
Do parapeito
rente da
varanda. No
carreador de
além, que atalha
a mata,
Ouvem-se notas
de canção
magoada.
Ai! sorrisos do
céu — das
roceirinhas!
Ai! cantigas de
amor — do
camarada!
Nada falta;
ou falta só uma
coisa, que é
tudo; falta
certa moça que
um dia se foi
para a corte.
Essa ausência
completa tão bem
o quadro que
mais parece
inventada para o
efeito poético.
E creio que sim.
Não se combinam
tão tristes
saudades, com o
pico final:
Ó gentes que
morais aí na
corte,
Sabei que vivo
aqui como um
lagarto.
Ó ventos que
passais, contai
à moça
Que há duas
camas no meu
pobre quarto...
'Lúcia', que
se faz Lucíola,
é também um
quadro da roça,
em que há toques
menos felizes; é
uma simples
história narrada
pelo poeta. Mais
ainda que na
outra, há nessa
composição a
nota viva e
gaiata, que nem
sempre serve a
temperar a
melancolia do
assunto. Já
disse que o Sr.
Ezequiel Freire
tem a corda
humorística; a
terceira parte é
toda uma coleção
de poesia em que
o humorismo traz
a ponta aguçada
pela sátira.
Gosto menos
desta última
parte que das
duas primeiras;
nem os assuntos
são
interessantes,
nem às vezes
claros, o que de
algum modo é
explicado por
esta frase da
poetisa
resendense: 'A
sátira, sendo
quase sempre
alusiva, faz-se
obscura para os
que não gozam a
intimidade do
poeta'. Em tal
caso, devia o
poeta
eliminá-la.
Também o estilo
está longe de
competir com o
do resto do
volume, que
aliás não é
perfeito.
Certamente é
correntio e bem
trabalhado, o
'José de
Arimatéia', por
exemplo, anúncio
de um gato
fugido; mas que
diferença entre
essa página e a
do 'Nevoeiro'!
Não é que não
haja lugar para
o riso, mormente
em livro tão
pessoal às
vezes; mas o
melhor que há no
riso é a
espontaneidade.
Não sei se
escreveu mais
versos o Sr.
Ezequiel Freire;
é de supor que
sim, e é de
lastimar que
não. Ignoro
também que
influência terá
tido nele o
espírito que
parece animar a
geração a que
pertence; mas
não há
temeridade em
crer que o autor
das Flores do
Campo siga o
caminho dos Srs.
Afonso Celso
Júnior, Lúcio de
Mendonça, e
Teófilo Dias,
que também deram
as suas
primeiras
flores.
Se no Sr.
Ezequiel Freire
não há vestígio
de tendência
nova, menos a
iremos achar no
Sr. Artur
Azevedo, que é
puramente
satírico......'
http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/BT4522147.html#[5]%20A%20NOVA'
CRONOLOGIA DE
EZEQUIEL FREIRE
:
1850
- Nasce
no dia 10 de
abril, na
fazenda 'Boa
Vista', em
Sant'Ana dos
Tócos, município
de Resende,
Estado do Rio de
Janeiro. Filho
do Capitão
Antônio Diogo
Barbosa Lima e
de D.Maria
Chrispiniana
Barbosa Freire,
neto paterno de
Diogo Barbosa
Lima e de D.Ana
Soares da Silva,
neto materno do
Comendador José
Manoel Freire e
de D.Maria da
Silva Soares. O
seu bisavô
Manoel Freire de
Campos, tronco
da família
Freire,de
Resende, era
natural de
Piracicaba, SP.
1869
-
Colabora no
'Astro
Resendense', de
Resende, com
poesias e
crônicas, de
1869 a 1873.
1870
- Publica
poesias no 'O
Mosquito',
revista carioca,
de 1870 a 1873.
1871
- Matricula-se
na Escola
Militar, no Rio
de Janeiro,e,
depois, na
Escola
Politécnica do
Rio de Janeiro.
1874
- Publica as
'Flores do
Campo', livro de
poesias.
1875
- Em 18 de maio,
casa-se em São
Paulo com
D.Maria Adelaide
de Araújo, filha
do Dr.Luiz José
Ferreira de
Araújo e de D.
Joaquina
Angélica da
Silva Araújo,
neta paterna de
Antônio José
Ferreira de
Araújo e de
D.Francisca Rosa
do Amor Divino,
neta materna de
José Manoel da
Silva (Barão do
Tietê) e D.Maria
Reducinda da
Cunha e Silva (
Baronesa do
Tietê).
1876
-
Matricula-se na
Faculdade de
Direito de São
Paulo,formando-se
em 1880.
1876 -
Faz parte da
redação da
'Consciência',
de São
Paulo,jornal
acadêmico, com
Afonso Celso
Junior, Alberto
Fialho, Carlos
Ferreira França,
Fernando Cunha
Filho e
Magalhães
Castro. O
primeiro número
é de 6 de abril
de 1876. Faz
parte da redação
da 'Tribuna
Liberal', de São
Paulo, folha
política,
literária e
noticiosa, com o
Dr. Bento
Francisco de
Paula Souza.O
primeiro número
foi publicado em
18 de abril de
1876.
1879
- É
redator da
'Gazeta do
Povo', de São
Paulo, fundada
em 1879, na
época em que
este jornal
pertenceu a
Veiga Cabral.
1881
- Funda
', O Entr'Acto',
em São Paulo,
semanário
redigido com
Valentim
Magalhães.
Redator
literário do
'Correio
Paulistano', de
São Paulo, de
1881 a 1886.
Manteve neste
jornal a secção
'De omnibus
rebus';nele
publicou muitos
folhetins e
reportagens
1884
- É
nomeado Juiz
Municipal em
Araras, SP.
1885
- Redator e
colaborador do
'Diário
Mercantil', de
São Paulo,jornal
fundado em 1884
1887
-
Colabora
assiduamente na
'Província de
São Paulo', hoje
'O Estado de São
Paulo', em 1887
e 1888,
publicando
contos,
folhetins,
crônicas,
crítica
literária e
teatral.
Correspondente
da 'Gazeta de
Notícias', do
Rio de Janeiro.
1888
- Lente
de Retórica do
'Curso Anexo',
da Faculdade de
Direito de São
Paulo, nomeado
por concurso.
Homem que
brilhou nas
artes e no
desempenho de
sua profissão,
em 1890 - É
nomeado por Rui
Barbosa, Fiscal
do Governo no
Banco
União,cargo que
exerceu poucos
meses.
1891
-
Falece em
Caçapava, Estado
de São Paulo, em
14 novembro. O
seu túmulo no
cemitério de
Caçapava, é
muito
visitado,pois é
considerado
milagroso.
1909
-
Ezequiel Freire
, é escolhido
para Patrono da
Cadeira : 20, da
Academia
Paulista de
Letras, na
ocasião de sua
fundação.Também
é patrono da
Academia
Fluminense de
Letras.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
'PARA
SER UNIVERSAL
BASTA CANTAR SEU
QUINTAL'
Tolstoi
-----------------------------------------------------------------------------------
Contribuição de
Contribuição de
J. E. O.
BRUNO <jeobruno@hotmail.com>
J.E.O.BRUNO SP,
01/11/07
Tel/fax: 11 -
5034-6730